Taxação de exportação passou a ser o centro das atenções da política econômica brasileira desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil.
A medida, válida a partir de 1º de agosto, é a mais alta entre todas as anunciadas até agora. Segundo o governo americano, os países que não firmarem acordos comerciais com os EUA serão penalizados com tarifas de 20% a 50%.
Por que o Brasil foi o mais penalizado?
Para a União Europeia e o México, o percentual da taxação foi de 30%, mas o Brasil foi taxado no teto. Ao impor a maior tarifa entre os países afetados, Trump sinalizou diversos fatores que contribuíram para essa decisão.
E infelizmente, caso algo não seja feito, e de fato o Brasil receba toda essa taxa, pode trazer sérios problemas para diversas empresas, inclusive empresas que estão iniciando agora e dependem de produtos importados do exterior.
Veja como a taxação de exportação pode impactar a todos, os detalhes sobre isso estão a seguir.
O impacto econômico da medida
As consequências para a economia brasileira podem ser sérias. Com a taxação exportação de 50%, muitos produtos brasileiros perdem competitividade no mercado americano, que é um dos principais destinos das nossas commodities.
Isso pode significar perda de contratos, diminuição do superávit comercial e aumento da pressão sobre a balança de pagamentos.
E mais: as tarifas impostas agora podem abrir espaço para concorrentes, países com políticas ambientais mais bem aceitas, que conseguem negociar melhores condições por apresentarem maior comprometimento com metas sustentáveis.
A hora de levar sustentabilidade a sério
Diante dessa nova realidade, não basta reclamar da injustiça da medida americana. É preciso reconhecer que, em tempos de economia globalizada, sustentabilidade empresarial não é mais opcional.
Empresas e países que não integram metas ambientais e sociais à sua estratégia estão fadados ao isolamento comercial. O setor produtivo brasileiro precisa compreender que sustentabilidade não é uma barreira, mas uma ponte.
Cada vez mais, mercados compradores exigem rastreabilidade, responsabilidade socioambiental e comprovação de práticas sustentáveis. Ignorar esse movimento é arriscar ser deixado de fora.
Consultoria pode ser o diferencial
Essa mudança exige apoio técnico e planejamento estratégico. Uma Consultoria ESG especializada pode ajudar empresas brasileiras a se prepararem para esse novo cenário global.
Desde o mapeamento de riscos até a elaboração de relatórios ambientais e o redesenho de cadeias produtivas, há uma série de ferramentas que auxiliam na adequação às exigências internacionais.
Mais do que se proteger da taxação de exportação, investir em ESG significa abrir novos mercados, melhorar a reputação da marca e se antecipar a tendências regulatórias que, cedo ou tarde, também chegarão ao Brasil.
O Brasil precisa diversificar sua pauta
A crise gerada pela medida de Trump e o medo de centenas de empresas expõe um problema crônico: a falta de diversificação da economia brasileira.
Hoje, grande parte das nossas exportações se baseia em produtos de baixo valor agregado, como soja, carne e minério de ferro, muitos deles associados à degradação ambiental.
Esse modelo se torna insustentável em um mundo que caminha para a neutralidade de carbono e exige compromissos sérios com a preservação ambiental.
É hora de apostar na bioeconomia, em produtos da floresta com valor agregado e em soluções sustentáveis para empresas que conciliem desenvolvimento com preservação.
O papel da Amazônia nesse cenário
A floresta amazônica deveria ser vista como um ativo estratégico do Brasil, e ser usada para tal, principalmente agora com essa taxação de exportação.
A verdade é que, enquanto seguimos dependentes de commodities tradicionais e de poucos mercados, deixamos de estruturar cadeias inteiras de produção amazônica com enorme potencial de geração de riqueza para o país.
Produtos como castanha, óleos vegetais, sementes, frutos e extratos já movimentam economias locais, mas ainda em volumes muito aquém do possível. Falta política comercial. Falta escala. Falta investimento em rastreabilidade, logística, contratos internacionais e inteligência de mercado.
A Amazônia tem um cardápio real de oportunidades que poderiam reduzir nossa dependência de mercados concentrados e abrir novas frentes de exportação alinhadas com as demandas globais por sustentabilidade, biodiversidade e inovação.
Mas enquanto tratarmos esses produtos como exceções, nunca como parte central da nossa pauta estratégica, seguiremos expostos a choques externos e despreparados para disputas comerciais como a que vivemos agora.
Se queremos diversificar de verdade, precisamos parar de repetir que a Amazônia é o futuro e começar a tratá-la como presente econômico.
Isso exige visão, articulação diplomática e compromisso com a construção de cadeias produtivas que levem valor amazônico ao mundo de forma justa, estruturada e em volume.
Sustentabilidade como política de Estado
O momento pede uma nova visão de país. Não se trata apenas de fazer acordos comerciais ou responder pontualmente à taxação de exportação.
O Brasil precisa colocar a sustentabilidade corporativa no centro da política econômica, com incentivos à produção limpa, crédito para inovação verde e políticas públicas que valorizem quem produz de forma responsável.
Assim será possível construir confiança internacional, garantir competitividade e abrir novos mercados.
Um ponto de virada para o Brasil?
A medida de taxação de exportação do Trump pode ser um golpe duro, mas também uma oportunidade. Um sinal de alerta que nos força a repensar o modelo de desenvolvimento e como nos posicionamos no mundo.
Diversificar, agregar valor, proteger nossas florestas e adotar práticas sustentáveis não é apenas necessário. É urgente.
Se o Brasil não responder a essa cobrança com ações concretas, outras taxações como a taxação de exportação de 50% de Trump virão, e aí pode ser tarde demais para reagir.


